Para ministro do STF, sigilo não é mais necessário para preservar direitos assegurados ao colaborador ou para ajudar investigações - 20/02/2025

Moraes derruba sigilo da delação de Mauro Cid e notifica denunciados pela PGR

CPMI 8 de Janeiro Comissão Parlamentar Mista de Inquérito                                                                Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, delatou esquema do golpe - Foto: LULA MARQUES / AGÊNCIA BRASIL                                                                                                       O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo da delação do tenente-coronel Mauro Cid e notificou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os outros 33 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela trama golpista. 

De acordo com o ministro, o sigilo não é mais necessário “nem para preservar os direitos assegurados ao colaborador, nem para garantir o êxito das investigações”. O despacho de Moraes também estabelece que os denunciados terão 15 dias para apresentar as defesas. O acordo previa que Cid desse detalhes aos investigadores sobre suspeitas de crimes cometidos por ele e por pessoas em seu entorno ao longo do governo – em investigações como a da tentativa de golpe de Estado, das joias trazidas da Arábia Saudita e da suposta fraude nos cartões de vacinação, por exemplo. 

Se as informações prestadas por Cid forem confirmadas pela investigação, ele pode receber benefícios como a redução da pena e o cumprimento de condenações em regime aberto, por exemplo. Dinheiro para o golpe 

Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) em 20 de novembro de 2024, Mauro Cid disse que um tesoureiro do Partido Liberal (PL) se negou a dar dinheiro do partido para colocar em execução o plano “Copa 2022”, que previa “neutralizar” Moraes e o presidente Lula para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. 

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que imprimiu o documento para “entregar a um dirigente do PL, provavelmente tesoureiro ou ordenador de despesa” e que, neste arquivo, “constava valores para deslocamento aéreo, locomoção terrestre, alimentação e, provavelmente, gastos com celulares”. 

“O dirigente do PL disse ao colaborador [Cid] que não poderia utilizar dinheiro do partido para esse tipo de operação”, consta na delação a Moraes. 

Benefícios 

Ao firmar o acordo de delação, Mauro Cid indicou quais benefícios pretendia obter com a colaboração. Em troca das informações, Mauro Cid pediu que suas condenações pelo envolvimento nos crimes apurados sejam perdoadas, ou que a pena de prisão seja de no máximo 2 anos; que bens e valores apreendidos com o militar sejam restituídos; que os benefícios sejam estendidos ao pai, à esposa e à filha mais velha de Mauro Cid; e que a Polícia Federal garanta a segurança de Mauro Cid e familiares. 

Os benefícios são concedidos ao longo do tempo, e podem ser revogados se o acordo de delação for rescindido, por exemplo. 

Após denúncia da PGR, Bolsonaro diz que ‘mundo está atento ao Brasil’ 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que “o mundo está atento ao que se passa no Brasil”. Bolsonaro também criticou o que chamou de “acusações vagas”. Fonte Agora RN.

 

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Comentários

disse:

em 01/01/1970 - 12:01