Fraude no INSS. - 23/08/2025

FRAUDE NO INSS: idosa analfabeta diz que foi enganada e processa entidade investigada pela PF na qual figura como ‘presidente’

                                                        Créditos: Jornal Nacional/ Reprodução                                                                                                      

Francisca da Silva de Souza, de 72 anos, moradora da periferia de Fortaleza, é analfabeta, viúva e pensionista do INSS. Formalmente, consta como presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen), que tinha quase 492 mil associados em maio de 2024 e descontava mensalidades diretamente das aposentadorias, movimentando milhões por mês.

A Aapen é uma das cerca de 30 entidades suspeitas de fazer descontos indevidos no INSS, em um esquema que pode ter causado prejuízos de até R$ 6 bilhões, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União. O Congresso instalou recentemente a CPI mista da Fraude do INSS para investigar o caso.

A Defensoria Pública do Ceará entrou na Justiça estadual alegando que Francisca “foi indevidamente inserida como dirigente de uma entidade da qual jamais participou”, tornando-se alvo de centenas de cobranças e mais de 200 processos. O órgão afirma que a idosa foi enganada por pessoas inescrupulosas, atuando como “laranja”, e pede sua retirada da direção da Aapen.

Segundo a Defensoria, em 2023, Francisca foi abordada por uma mulher chamada Liduína, que lhe prometeu um empréstimo. A idosa acabou assinando documentos que a tornaram presidente da associação. Para comprovar que foi enganada, Francisca anexou ao processo mensagens e áudios com advogados que atuaram no caso.

A Aapen já foi presidida por Cecilia Rodrigues da Mota, advogada do Ceará investigada pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto, que apura fraudes no INSS e possível repasse de valores a familiares de servidores do instituto. A própria PF apontou indícios de que os presidentes de dez associações poderiam ser laranjas, incluindo Francisca.

O g1 não localizou Cecilia Rodrigues nem os atuais representantes da Aapen. Um dos advogados que trocou mensagens com Francisca, Ricardo Santiago, afirmou que o áudio apresentado foi “tirado de contexto” e que não tem ligação com os fatos alegados.

G1

 

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Comentários

disse:

em 01/01/1970 - 12:01