
Investimentos em segurança mostram resultados positivos, mas desigualdades, vulnerabilidades e fragilidades institucionais mantêm o Estado travado em áreas-chav - 28/08/2025
Redução de homicídios não liberta o RN das suas amarras estruturais
Estado, que teve a pior taxa do país em 2017, vive ciclo de redução contínua - Foto: José Aldenir/Agora RN O Rio Grande do Norte encerrou 2024 com 835 mortes violentas intencionais, o menor número desde 2011, segundo a Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed). Isso representa uma queda de 20% em relação a 2023 e de 42,6% nos últimos cinco anos, confirmando uma trajetória contínua de redução desde 2019. Os números contrastam com o cenário de 2017, quando o estado atingiu a pior taxa de homicídios do Brasil, com 2.412 assassinatos e 63,8 mortes por 100 mil habitantes.
Segundo especialistas, o resultado positivo é fruto de um conjunto de fatores: planejamento policial, integração institucional, reforço nos efetivos, inteligência e políticas sociais. Ainda existem desafios, como a vulnerabilidade em territórios periféricos e a força das organizações criminosas.
Para a governadora Fátima Bezerra (PT), os números refletem mudanças na política de segurança pública. Ela atribuiu os resultados a investimentos diretos e ao fortalecimento das polícias. “São novos equipamentos, viaturas, tecnologia e, o mais importante, a valorização dos nossos agentes. Realizamos concursos, promoções e reconhecemos o trabalho de cada um, o que fez diferença diretamente no combate à violência”, afirmou.
As principais cidades do RN também registraram redução. Em Natal, os homicídios caíram de 194 em 2023 para 135 em 2024, queda de 30,4%. Em Mossoró, foram 86 crimes contra 90 no ano anterior, redução de 4,4%. Entre os crimes que mais diminuíram, destacam-se os homicídios dolosos, com queda de 21,9% (de 814 para 636), os latrocínios, que caíram de 32 para 22 (-31,3%), e os feminicídios, que recuaram de 24 para 19 (-20,8%). Dezembro de 2024 teve 73 mortes, o menor número do mês em 14 anos.
Integração e planejamento estratégico
O secretário de Segurança Pública, coronel Francisco Araújo, atribuiu a queda à combinação de medidas estratégicas e integração entre instituições desde 2019, no primeiro ano da gestão Fátima.
“O Estado vem conseguindo reduzir os crimes contra o patrimônio, como roubos de veículos, arrastões a residências, assaltos em via pública, arrombamentos de estabelecimentos comerciais e roubos e furtos de celulares. Não há mais explosões de cofres ou caixas eletrônicos ou atentados contra carros-fortes. Ainda há muito a ser feito, mas os números comprovam que os investimentos no reaparelhamento das forças de segurança pública, na recomposição dos efetivos e na valorização dos profissionais que atuam na área, definitivamente, estão dando certo”.
Para ele, a redução da violência resulta de maior integração entre forças policiais e planejamento estratégico. “São vários fatores, desde um melhor planejamento, emprego das forças de segurança e integração das instituições. A parceria com órgãos federais como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal Federal e o Ministério Público, através do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), foi decisiva”, disse, destacando ainda a colaboração das Guardas Municipais e das Forças Armadas.
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em 01/01/1970 - 12:01
