Salario Menor - 14/09/2025

RN tem quinto menor salário médio de admissão do país, aponta estudo

                                                                A média salarial de admissão no Brasil alcançou R$ 2.178 em 2024, um avanço real de 2,0%. A Indústria (R$ 2.310) foi o setor com melhor remuneração média | Foto: Magnus Nascimento                                                                                                                                                                                                      

O salário médio de admissão no Brasil apresentou avanço real de 2,0% em 2024, alcançando R$ 2.178, segundo o estudo “Raio-X do Salário de Admissão”, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). Apesar da melhora nacional, o Rio Grande do Norte aparece apenas na 23ª posição entre os 26 estados e o Distrito Federal, com média salarial de R$ 1.760 e aumento de apenas 0,8% comparado a 2023, ficando à frente apenas de Alagoas (R$ 1.753), Amapá (R$ 1.725), Roraima (R$ 1.715) e Acre (R$ 1.700). O desempenho coloca o Estado no grupo de remunerações iniciais mais baixas do país, cenário que acende o alerta para os efeitos sobre o consumo e o desenvolvimento econômico. O levantamento mostra que as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste concentram os maiores salários médios de admissão, reflexo da maior presença de setores industriais, tecnológicos e de serviços financeiros. São Paulo lidera o ranking, com R$ 2.473, seguido pelo Distrito Federal (R$ 2.284) e Rio de Janeiro (R$ 2.223). Já no Nordeste, a realidade é marcada por disparidades: enquanto o Ceará, por exemplo, apresenta rendimento médio de admissão em R$ 1.927, ainda abaixo da média nacional, o Estado de Alagoas ocupa a pior posição na região, com os admitidos recebendo uma média de R$ 1.753, uma diferença de R$ 174,00 ante os cearenses.


Dentro desse cenário, Helder Cavalcanti, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), destaca que o salário é um instrumento de aceleração do processo de crescimento. “À medida que alguém começa a receber salário, passa a ter um poder de compra e isso faz a moeda circular na economia. Essa pessoa vai alugar uma casa, comprar alimentação, usar o transporte e isso vai gerando novos mercados e possibilidades de rendimento para outras pessoas”, afirma.


Por outro lado, no contexto de uma baixa remuneração inicial, esse efeito multiplicador se restringe. “Com um salário mais baixo, esse impacto é negativo, porque limita o consumo. Quanto maior o salário, mais poder de compra, mais alguém é colocado nessa cadeia produtiva. Você deixa de consumir o básico para adquirir um objeto de desejo e a cadeia se fortalece mais ainda. A circulação da moeda traz todos esses aspectos, desde a arrecadação de impostos até a geração de novas oportunidades no mercado de trabalho”, acrescenta.


O estudo da FIRJAN indica que os setores que oferecem as melhores remunerações médias de admissão no país são a Indústria (R$ 2.310) e os Serviços (R$ 2.250), ambos acima da média nacional. Já Agropecuária (R$ 2.011) e Comércio (R$ 1.926) apresentam patamares mais baixos. A explicação para as diferenças regionais está na concentração de atividades econômicas de maior valor agregado, como a tecnologia da informação, a engenharia, a extração mineral e os serviços financeiros.


“O mercado de trabalho é sensível: responde a qualquer impacto. Então, precisamos de mais incentivos para atrair indústrias e criar um ambiente atrativo ao investidor”, observa Helder.


Outro ponto levantado pelo economista é a informalidade, que tem absorvido parte da mão de obra diante dos salários iniciais mais baixos. Motoristas por aplicativos, prestadores de serviços autônomos e trabalhadores por conta própria representam uma fatia crescente no RN, com impactos diretos sobre a arrecadação.

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Comentários

disse:

em 01/01/1970 - 12:01