
Em cinco anos, a quantidade de pessoas sem lugar para morar dobrou no Estado e mais que dobrou na capital potiguar (120%) - 04/11/2025
RN tem quase 3.200 pessoas em situação de rua, sendo quase 2.000 só em Natal
O Rio Grande do Norte tem 3.193 pessoas em situação de rua. Desse total, 1.978 estão em Natal – o equivalente a 62%. Em números absolutos, o Rio Grande do Norte é o 5º estado do Nordeste com maior contingente de pessoas vivendo na rua. Em todo o País, está na 18ª colocação. Considerando apenas capitais, Natal está na 17ª posição no País e em 6º lugar em âmbito regional.
O número vem crescendo desde o início da pandemia de Covid-19. Em 2020, o RN tinha 1.597 pessoas em situação de rua, enquanto Natal possuía 898, segundo os registros oficiais. Ou seja, em cinco anos, a quantidade de pessoas sem lugar para morar dobrou no Estado e mais que dobrou na capital potiguar (120%).
Os números foram divulgados no último sábado 1º e fazem parte de um levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), ligado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os dados mais recentes se referem a outubro de 2025 e foram coletados no Cadastro Único (CadÚnico), que centraliza os registros de assistência social a partir dos municípios.
Em todo o País, o levantamento mostra que, em outubro, eram 358.553 pessoas vivendo na rua. O número representa um aumento de 8,5% em relação ao total registrado em 2024, que era de 327.925. A cidade de São Paulo lidera o ranking, com mais de 99 mil pessoas em situação de rua. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro, com mais de 23 mil, e Belo Horizonte, com cerca de 15.300.
Em nota, o Observatório destacou a necessidade de ampliar políticas públicas voltadas à moradia, alimentação e acesso a direitos básicos. A entidade também cobrou maior transparência dos governos locais e federal na divulgação dos dados. “O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população”, afirma o comunicado.
Em entrevista à rádio CBN, o coordenador do Observatório da UFMG, André Luiz Freitas Dias, disse que, entre os fatores que explicam esse cenário, estão a precarização do trabalho e da moradia.
“Compreendemos que esse crescimento precisa ser analisado a partir da ausência e insuficiência histórica de políticas públicas estruturantes, como a moradia, a precarização das condições de vida e de trabalho, mas também a partir de uma análise das emergências climáticas e dos deslocamentos forçados em curso no Brasil, na América Latina e em outros continentes”, afirma.
Natal vai contratar novos profissionais para ampliar assistência
Em outubro, a Prefeitura do Natal abriu uma seleção pública para contratar uma organização da sociedade civil (OSC) que vai atuar na área de assistência social. De acordo com a gestão municipal, o objetivo com a contratação é reforçar o quadro de funcionários e assim ampliar as ações de assistência – especialmente a pessoas em situação de rua.
De acordo com a secretária municipal de Assistência Social, Nina Souza, a nova equipe permitirá atuação 24 horas, com foco em abordagens noturnas e enfrentamento da exploração infantil em regiões como a praia de Ponta Negra.
Segundo o edital de chamamento, publicado no Diário Oficial do Município, a OSC contratada terá que disponibilizar 79 profissionais para atuar em equipamentos da assistência social de alta e média complexidade. A demanda é por auxiliares de cuidadores, motoristas, assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, educadores sociais e supervisores de campo.
A Prefeitura prevê investir R$ 3,2 milhões na contratação – que terá validade de um ano, podendo ser prorrogada. A expectativa é que o contrato seja firmado em dezembro, após o cumprimento de etapas burocráticas.
Estrutura de acolhimento
Atualmente, a Prefeitura do Natal disponibiliza uma ampla rede de serviços voltados à população em situação de rua, assegurando assistência, acolhimento e oportunidades de reintegração social. Fonte Agora RN.
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Comentários
disse:
em 01/01/1970 - 12:01
